quinta-feira, 21 de outubro de 2010

A TRISTE MODERNIZAÇÃO DO HOTEL CHEALSE




Que hotel no mundo se pode orgulhar de ter acolhido quase todos os artistas, músicos, pensadores, atores e escritores mais conhecidos da história? Que hotel tem mais músicas dedicadas à ele, do que a uma musa inspiradora?

A resposta é uma só : O Hotel Chelsea. Ou, Chelsea Hotel, para os amigos. Arthur Miller viveu ali, com Marilyn Monroe. E Bob Dylan escreveu canções nos quartos de Chelsea, tal como Leonard Cohen.

Construído em 1883, é um dos ícones de Nova Iorque e foi, até 1899, o edifício mais alto da cidade, com doze andares. O Hotel Chelsea nasceu como a primeira cooperativa privada de apartamentos da cidade, tendo-se transformado em hotel em 1905, mantendo, no entanto, a lógica dos apartamentos para venda. Hoje conta com 125 quartos e 101 unidades residenciais.

Desde 1946 que o hotel está nas mãos de três famílias que agora decidiram vender o edifício. "Está na hora de deixar que um novo proprietário com, talvez, algumas idéias e recursos inovadores, revitalize e dê uma nova energia ao Chelsea", referiu em comunicado Paul Brounstein, um dos proprietários do hotel. O que é muito triste pois o Chealse é um clássico, e não deveria em hipótese alguma ser modernizado. O Chealse faz parte do roteiro turístico de NY. Será que com sua modernização Manhattan não perde um pouco do seu charme, histórias e um pedacinho do seu roteiro turístico?  Acho realmente triste essa notícia e rezo para que os seus futuros compradores não modifiquem nada que prejudique a classe e a história desse hotel.

No comunicado, os proprietários acrescentam ainda que "irão sentir falta do espírito do edifício, bem como dos moradores". "Mas sabemos que o Chelsea vai ser sempre uma referência e local de passagem obrigatória para as grandes mentes criativas do passado, presente e futuro".

Quanto ao futuro dos moradores, é uma questão ainda envolta em dúvida. A carta que receberam por parte dos proprietários não explica o que poderá acontecer.

Uma moradora do Chealsea em relação a carta enviada aos moradores : " As razões invocadas são pouco compreensíveis dado que o prédio que funciona como hotel e residências continua a ser rentável mesmo durante esta recessão. É um golpe difícil de digerir. O hotel, mais do que um prédio de interesse público, representa uma verdadeira comunidade de pessoas com interesses comuns e maneiras de viver semelhantes. O lobby, com as paredes cobertas de obras de residentes ou antigos residentes, acaba por ser a sala de estar onde negócios são feitos, filmes planeados e diferentes grupos se encontram para trocar ideias."

Muitas das obras de arte expostas no hotel, foram doadas pelos artistas como forma de pagamento pelos quartos. O preço pelo qual o hotel será colocado no mercado não é ainda conhecido.



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